O Diogo Banganho é madeirense e está a fazer o SVE na Islândia num "projecto magnífico, num país surpreendente, repleto de pessoas maravilhosas."
Sou licenciado – da geração estágio –
futuro hipotecado. Escolhi sair do casulo, é altura de voar, deixar a
crise, a política, a economia, os vizinhos, as asneiras.
Contextualizando, depois de cinco estágios, numa realidade balanceada
entre o desemprego e o trabalho precário, decidi dedicar um ano ao
voluntariado.
"Há algum tempo que considerava a hipótese de realizar o Serviço de Voluntariado Europeu, faltava-me a coragem."
Fiz muitas
pesquisas, perdi muito tempo até que encontrei um projecto que realmente
se aliava aos meus interesses profissionais e pessoais. Resolvi
arriscar, enviei os formulários e fui selecionado entre muitos
candidatos.
Escolhi sair do casulo, é altura de voar, deixar a crise,
a política, a economia, os vizinhos, as asneiras. Contextualizando,
depois de cinco estágios, numa realidade balanceada entre o desemprego e
o trabalho precário, decidi dedicar um ano ao voluntariado.
Para ser franco, pouco pensei sobre a vida nos países nórdicos. O
conhecimento que tinha era escasso. Na minha imaginação pairavam imagens
de frio, muito frio, gelo, olhos azuis, céus cinzentos, desenvolvimento
e crescimento económico. Após algumas experiências no Médio Oriente e
nos Balcãs, estava inclinado em seguir para o Azerbeijão.
Deixei as
queijadas, a laranjada, a poncha, os calções, as chinelas, o sol e
embarquei numa nova aventura.
No primeiro dia de Outubro, após alguns transbordos, aterrei
finalmente em Keflavik. Em solo Islandês já se fazia noite. Segundos
depois de abandonar o aeroporto, um estranho fenómeno pairava no ar. O
céu continuava cinzendo e escuro, tal e qual, como o tinha imaginado mas
havia algo mais. Umas luzes no ar, a um ritmo alucinante, alteravam de
forma e mudavam de sítio. Uma espécie de vento, vísivel, de cor verde –
Aurora boreal em primeiro plano, natureza na sua plenitude. Senti,
irremediavelmente que tinha feito a escolha certa.
De momento, resido em Reykjavik, o grande centro cosmopolita da
Islândia. Nesta cidade, vivem cerca de 120 mil habitantes de um todo de
320 mil. Partilho uma casa modesta com outros voluntários e estagiários
na zona de Vesturbær que se encontra a sensivelmente 15/20 minutos a pé
do centro da cidade. É um bairro muito acolhedor e sobretudo sossegado,
um espelho da vida em geral na Islândia.
A ONG em que trabalho está ligada ao turismo sustentável. É uma rede
internacional, espalhada entre 90 países que conta com 4000
hostels/albergues jovens. Particularmente, a associação Islandesa
Farfuglaheimilin/Hostelling International-Iceland trabalha com 33
hostels distribuídos por todo o país. A sua principal missão é promover o
turismo responsável e sustentável. Neste sentido, surge o meu projecto
Life at the Hostels. Trato de criar conteúdos multimédia relacionados
com as práticas ecológicas dos hostels.
"Durante o inverno, trabalho em Reykjavik, nos três hostels da capital e a partir de abril, começo a viajar pelos restantes 30, espalhados de norte a sul do país."
Até ao momento estou a ter uma experiência única quer em termos
pessoais e profissionais. O facto de o SVE proporcionar uma forma de
aprendizagem não formal, completamente não linear, é o ideal para quem
ambiciona aprender sem manual de instruções; Learning by doing. Nos
hostels de Reykjavik é possível encontrar um ambiente inspirador que se
evidência através dos diferentes tipos de eventos e dos mais
diversificados públicos e hóspedes. Recentemente, criámos uma página no
facebook (lifeatthehostels) para divulgar o projeto de voluntariado e
inspirar outros semelhantes.