quarta-feira, 12 de julho de 2017

Diogo Banganho, SVE na Islândia

Tu cá, tu lá: Muito gelo, poucos pinguins.

O Diogo Banganho é madeirense e está a fazer o SVE na Islândia num "projecto magnífico, num país surpreendente, repleto de pessoas maravilhosas."

Sou licenciado – da geração estágio – futuro hipotecado. Escolhi sair do casulo, é altura de voar, deixar a crise, a política, a economia, os vizinhos, as asneiras. Contextualizando, depois de cinco estágios, numa realidade balanceada entre o desemprego e o trabalho precário, decidi dedicar um ano ao voluntariado.

"Há algum tempo que considerava a hipótese de realizar o Serviço de Voluntariado Europeu, faltava-me a coragem."

Fiz muitas pesquisas, perdi muito tempo até que encontrei um projecto que realmente se aliava aos meus interesses profissionais e pessoais. Resolvi arriscar, enviei os formulários e fui selecionado entre muitos candidatos.

Escolhi sair do casulo, é altura de voar, deixar a crise, a política, a economia, os vizinhos, as asneiras. Contextualizando, depois de cinco estágios, numa realidade balanceada entre o desemprego e o trabalho precário, decidi dedicar um ano ao voluntariado.

Para ser franco, pouco pensei sobre a vida nos países nórdicos. O conhecimento que tinha era escasso. Na minha imaginação pairavam imagens de frio, muito frio, gelo, olhos azuis, céus cinzentos, desenvolvimento e crescimento económico. Após algumas experiências no Médio Oriente e nos Balcãs, estava inclinado em seguir para o Azerbeijão.

"Em poucos meses, os meus planos mudaram, a minha vida alterou-se."


Deixei as queijadas, a laranjada, a poncha, os calções, as chinelas, o sol e embarquei numa nova aventura.

No primeiro dia de Outubro, após alguns transbordos, aterrei finalmente em Keflavik. Em solo Islandês já se fazia noite. Segundos depois de abandonar o aeroporto, um estranho fenómeno pairava no ar. O céu continuava cinzendo e escuro, tal e qual, como o tinha imaginado mas havia algo mais. Umas luzes no ar, a um ritmo alucinante, alteravam de forma e mudavam de sítio. Uma espécie de vento, vísivel, de cor verde – Aurora boreal em primeiro plano, natureza na sua plenitude. Senti, irremediavelmente que tinha feito a escolha certa.

De momento, resido em Reykjavik, o grande centro cosmopolita da Islândia. Nesta cidade, vivem cerca de 120 mil habitantes de um todo de 320 mil. Partilho uma casa modesta com outros voluntários e estagiários na zona de Vesturbær que se encontra a sensivelmente 15/20 minutos a pé do centro da cidade. É um bairro muito acolhedor e sobretudo sossegado, um espelho da vida em geral na Islândia.

A ONG em que trabalho está ligada ao turismo sustentável. É uma rede internacional, espalhada entre 90 países que conta com 4000 hostels/albergues jovens. Particularmente, a associação Islandesa Farfuglaheimilin/Hostelling International-Iceland trabalha com 33 hostels distribuídos por todo o país. A sua principal missão é promover o turismo responsável e sustentável. Neste sentido, surge o meu projecto Life at the Hostels. Trato de criar conteúdos multimédia relacionados com as práticas ecológicas dos hostels.

 "Durante o inverno, trabalho em Reykjavik, nos três hostels da capital e a partir de abril, começo a viajar pelos restantes 30, espalhados de norte a sul do país."

Até ao momento estou a ter uma experiência única quer em termos pessoais e profissionais. O facto de o SVE proporcionar uma forma de aprendizagem não formal, completamente não linear, é o ideal para quem ambiciona aprender sem manual de instruções; Learning by doing. Nos hostels de Reykjavik é possível encontrar um ambiente inspirador que se evidência através dos diferentes tipos de eventos e dos mais diversificados públicos e hóspedes. Recentemente, criámos uma página no facebook (lifeatthehostels) para divulgar o projeto de voluntariado e inspirar outros semelhantes.